O texto I serve de base para as questões de 1 a 3.
TEXTO I
VIVENDO COM O LIXO
1 Há dez anos, dei-me conta de que o aparelho de fax em minha bancada de trabalho só estava servindo
para ocupar espaço - suficiente para acomodar os quatro volumes do “Lello Universal", os três do
"Webster's Dictionary” e os nove da “História da Literatura Ocidental”, de Otto Maria Carpeaux. Sei
disso porque foi o que botei no lugar quando me livrei do bicho.
5 Custei a perceber que há muito ninguém me mandava mensagens por fax nem eu para ninguém.
Não havia motivo para conservar o objeto que, apesar de meio úmido de maresia, ainda funcionava
bem. Assim, dei-o para minha faxineira, que o aceitou empolgada - até concluir que, também para
ela, aquele aparelho já era inútil, derrotado pelo e-mail. Perguntei-lhe outro dia o que tinha feito com
o fax. Não se lembrava.
10 É o que vivo me perguntando: para onde vão esses aparelhos depois que morrem? Com os
eletrodomésticos, é diferente: antes de ir para o ferro-velho, um liquidificador pode atravessar
gerações, mesmo que bata abacate, amendoim e gelo de hora em hora. Mas celulares, torres,
teclados, monitores, notebooks, mouses, baterias, pilhas têm de ser regularmente jogados fora,
destino que também já atinge iPods, Kindles, Nooks etc. - esses, não por desgaste, mas por já
15 superados. E para onde vão as embalagens de plástico disso tudo?
Por mais que os órgãos do ambiente lutem para que as empresas que produzem ou vendem lixo
eletrônico o recebam de volta e lhe deem um fim adequado - chama-se a isto de “logística reversa"-,
parte de seus componentes tóxicos continua entre nós, no ar ou na água. Donde não se espante
se, numa dessas, seu café ou limonada vier temperado com mercúrio, chumbo, berílio, cádmio ou
20 arsênico.
Afinal, para onde quer que se mande esse veneno - reciclado ou não, ele não tem como deixar o
planeta.
Ruy Castro. Folha de São Paulo:19/11/2012.
Considerando o Texto I, assinale a opção CORRETA:
A motivação para a escrita do texto de Ruy Costa foi desencadeada a partir de um aparelho de fax encalhado fazia pouco tempo.
De acordo com o texto, a motivação para a escrita tem um caráter pessoal.
A partir da passagem do texto “para onde vão esses aparelhos depois que morrem?”, o autor parte de uma reflexão mais geral para uma mais particular.
Conforme o autor, há um crescente descarte de produtos, e isso se dá da mesma forma com todas as tecnologias.
Conforme o texto, “logística reversa” significa darmos um fim adequado a todo o lixo que produzimos de maneira que possa ser reciclado, assim degradando menos o meio ambiente.
Sobre o Texto I e suas partes, só NÃO é possível afirmar que:
o verbo presente na passagem “há dez anos” (linha 01) poderia ser substituído sem qualquer prejuízo por “faz”.
o narrador trabalha perto do mar.
o autor estabelece um contraste entre aparelhos como celulares, fax, baterias, notebooks e os liquidificadores a partir da conjunção coordenada adversativa “mas”.
o termo “esses” nas linhas 10 e 14 do texto, refere-se a aparelhos que “têm de ser regularmente jogados fora”.
podemos substituir a expressão “donde” (linha 18) por “aonde” sem prejuízo quanto à correção gramatical para o texto.
Figuras de linguagem são recursos que o autor utiliza para conseguir um determinado efeito na interpretação do leitor. Na passagem “E o que vivo me perguntando: para onde vão esses aparelhos depois que morrem?”, é possível apontar:
um oxímoro.
uma prosopopeia.
apenas uma figura de linguagem.
uma sinestesia.
uma antítese e uma metonímia.
O texto II serve de base para a questão 4.
TEXTO II
Fonte: https://www.estudioceliobarbosa.com.br/2014/08/0mar-ciano.html. Acesso em 12/12/2022.
Para nos comunicarmos de forma eficiente, é necessário, para além de dominarmos certas leis combinatórias mais gerais, entendermos que essas leis são frutos de determinada interação social, Considerando o texto e com base nos conceitos de variações linguísticas e níveis de linguagem, é CORRETO afirmar que:
O marciano tem dificuldades ao interagir com o terráqueo porque utilizam variantes linguísticas diferentes.
Aprender o português não foi suficiente para o marciano ser compreendido pelo falante nativo.
O conflito entre os personagens é resultado de variações históricas.
O marciano utiliza-se da norma-padrão da língua, enquanto o nativo comunica-se exclusivamente por intermédio de gírias.
O marciano não compreendeu a fala do rapaz apenas por não ser um falante nativo da língua.
Nos fragmentos abaixo, pode-se verificar a ocorrência de intertextualidade.
Mundo, mundo, vasto mundo
Se eu me chamasse Raimundo
Seria uma rima, não seria uma solução
ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1964. Fragmento.
Ah, Carlos! Às vezes, por um mero segundo,
Eu me chamo Raimundo!
E continuo buscando a solução.
SERRA, M.H.M.D. Os dias são todos iguais. In: LERIA, A.M.B. at al. Poemdemia. Cuiabá: Carlini&Caniato, 2020. Fragmento.
Acerca da intertextualidade, analise as assertivas que seguem e assinale a alternativa CORRETA:
I - A intertextualidade implícita cita expressamente o texto-fonte.
II - A intertextualidade pode ocorrer por meio da reiteração de imagens e também através da repetição da estrutura.
III - Na intertextualidade, os textos se revisitam, dando origem a outros textos, nos quais pode-se notar a presença do texto-fonte.
IV- Dentre os tipos de intertextualidade, estão a paráfrase, a paródia, a alusão e a citação.
Estão CORRETAS as assertivas:
I e III apenas.
II e IV apenas.
I, II e III apenas.
II, III e IV apenas.
I, II, III e IV.
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